Randolpho Lamonier: Arte, Memória e "Sonhos de Refrigerador"
- Fernando Kimura
- 13 de jun.
- 2 min de leitura

Randolpho Lamonier é um dos artistas mais provocativos e sensíveis da cena contemporânea brasileira. Nascido em Contagem (MG), em 1988, Lamonier construiu sua trajetória explorando diversas linguagens — da arte têxtil à instalação, do vídeo à fotografia — sempre com um olhar atento para temas como memória, cotidiano, política e os desejos que atravessam a vida urbana e periférica. Sua obra revela a poesia do ordinário e convida o público a refletir sobre as camadas mais profundas da experiência humana.
Um dos trabalhos mais marcantes de sua carreira é "Sonhos de Refrigerador". Nesta instalação, Lamonier coletou sonhos de consumo de pessoas entrevistadas na Praça da Sé, em São Paulo, e transformou esses relatos em uma colagem visual vibrante, composta por desenhos, objetos populares, letreiros digitais, neons, pelúcias e vídeos. O resultado é um mosaico sensorial que revela não apenas desejos individuais, mas também as aspirações, afetos e contradições da sociedade brasileira. "Sonhos de Refrigerador" é um convite a enxergar o outro, a escutar histórias e a valorizar sonhos que, muitas vezes, passam despercebidos no ritmo acelerado da vida contemporânea.
A arte de Randolpho Lamonier inspira profundamente meu trabalho como palestrante e, especialmente, a construção da palestra Olhar Humano, em Tempos Artificiais. Durante a apresentação, compartilho com o público um vídeo de "Sonhos de Refrigerador", utilizando a obra como ponto de partida para refletir sobre a importância de cultivar sensibilidade, empatia e repertório em um mundo cada vez mais mediado pela tecnologia. A maneira como Lamonier transforma relatos cotidianos em arte potente e sensível é, para mim, um exemplo de como a criatividade pode ser um caminho para resgatar o olhar humano e ampliar nossa capacidade de conexão.
Randolpho Lamonier inspira Fernando Kimura — e, por meio da minha palestra, espero levar essa inspiração adiante, convidando todos a desacelerar, sentir e enxergar a beleza do ordinário, mesmo em tempos de artificialidade.
O trabalho de Lamonier é um lembrete de que nossos sonhos, afetos e histórias são matéria-prima essencial para construirmos um mundo mais sensível e conectado, e ele é um dos artistas que me inspiraram na construção de Olhar humano em tempos artificiais:
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